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Partida: 15/08/2005 - Retorno: 07/09/2005

Depois de dar adeus ao nosso pai Yoldory, retomamos ao projeto, que não pode ser executado totalmente devido a problemas na empresa.

SUSQUES - SAN PEDRO DE ATACAMA

Data: 23/08/2005 22:00:00

O hoje nosso caminho levou a cidade de San Pedro de Atacama. Foram utilizadas as seguintes rodovias: ruta 52 até Paso de Jama e a 27 até San Pedro de Atacama. A temperatura está em torno dos 5ºC , mas a sensação térmica é muito mais frio. O vento sopra numa velocidade de mais de 100Km por hora, chega a cortar a pele e embalançar o Flecha. Olha que ele é pesado.

Hoje o dia não amanheceu bom para nós, a começar que o garçom não quis servir o café da manhã para mim e estava com muita má vontade de servir para o Walfredo. Tudo tínhamos que implorar para ele trazer, no final acabamos dividindo o que veio entre nós.

Quando fomos pagar a conta sentimos que estávamos sendo roubado, pois a conversão do dólar estava simplesmente 13 centavos a menos do que em qualquer outro lugar. Depois descobrimos que um pires de batata frita foi cobrado 5 pesos e que uma coxa de galinha 10 pesos. Não podíamos fazer nada, não havíamos questionado antes, e era o único lugar existente num raio de 180 quilômetros. Depois de pago, o dono do hotel fez uma pergunta esquisita se o carro havia pegado, achamos estranho.

Chegamos perto do carro para colocar as coisas e descobrimos que ele estava sem bateria. E, ai começou o nosso martírio, precisávamos de uma bateria para dar partida e naquele fim de mundo não havia uma única pessoa disposta a ajudar. Ficamos nessa situação durante pelo menos 3 horas, até que depois de muito pedir, solicitar foi chamado um mecânico. Quando o mecânico chegou tivemos a impressão dele não ser mecânico, pois não sabia de nada. O Walfredo tirou a bateria do carro dele e colocou no nosso, fez pegar e devolveu a bateria, por isso o mecânico cobrou 5 pesos. O que achamos estranho é que nossa bateria estava muito boa.

Depois de passar pelo sufoco, de pegar um monte de vento, de ver o carro balançar em cada soprada, seguimos viagem, por uma estrada cheia de curvas e subidas. Subimos tanto que dessa vez foi necessário oxigênio, que gentilmente foi nos sedido pela PARCEL, Escola de Merculho de Florianópolis.

O nosso GPS marcou 4822 de altitude, mas continuamos subir e dessa vez ele perdeu os satélites e não pode nos informar para quanto foi. Achamos que chegou aos 5000 mts, pois o cansaço e a falta de ar era grande. Para subir essas montanhas o Flecha teve que ser tracionado, pois o vento cada vez mais forte em cada curva que passávamos, várias vezes o pára-brisa foi atingido por areias que o vento jorrava. Chegamos na aduana Argentina às 13h e fomos muito bem tratados pelos funcionários da mesma. Eles queriam saber um pouco de nossa história e no final estavam torcendo pela nossa expedição.

Depois de um longo caminho de subidas e descidas, tivemos que descer mais de 2000 mts de altitude em menos de 15 minutos, isso provocou um zubido no ouvido. O vento ainda soprava forte e a descida era muito inclinada, acho que se tivesse de subir, não subiríamos.

A aduana do Chile fica na entrada da cidade de San Pedro do Atacama. Quando estávamos lá vimos uma família de alemães (o casal mais 3 filhos pequenos), que viajavam em uma casa sobre um caminhão. Esse caminhão saiu da Alemanha em um barco e viajou até o porto de Buenos Aires, onde começou a aventura de percorrer a América do Sul em dois anos. Walfredo deu nosso selo e o cartão de visita. Pena que estávamos sendo atendidos naquela hora pelos fiscais e não pudemos questionar mais e firmar um melhor contato.

Saímos com a intenção de ficar num hotel, pois devido a altitude já faziam duas noites que ninguém conseguia dormir. Trancava os pulmões e faltava oxigênio. A noite passada foi pior ainda. Logo achamos um hotel que deu desconto se pagássemos em dólar. As diárias aqui são em dólar e muito caro, para um quartinho sem luxo nenhum cobram 46 dólares. Não tínhamos outra saída, pois além do cansaço tínhamos areia até em nossos pensamentos, o Flecha estava imundo, pois a areia que o vento trazia entrava em todos os buraquinho existente, tornando inviável a dormida dentro dele.

Estacionamos o Flecha dentro do hotel, colocamos nossa coisas, tomamos um banho e fomos conhecer a cidade. Uma cidade que possui ruas estreitas e sem calçamento. Suas casas são feitas de adobe, e dão volta no quarteirão. Temos a impressão de serem ocas por dentro.

Fomos na internet saber notícias de casa e mandar alguns e-mails. Após passamos em uma agência de viagem para saber que passeios tinha essa cidade para oferecer e a atendente ofereceu um pacote com três dias de passeio por 60.000 mil pesos chilenos, que equivale a 115 dólares. Compramos o pacote que começaria no dia seguinte as 8h30 da manhã .

A fome bateu e não tínhamos almoçado ainda. Resolvemos comer uma massa, Walfredo comeu lasanha e eu fetuchine ao molho do Alfredo. Estava muito bom. Tomamos vinho chileno e fomos dormir. A maioria dos restaurantes são de chão batido e tem uma fogueira no centro.

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